Worlds of Wonder Action Max

Console da terceira geração dos videogames. Nos anos 80 aparelhos como DVD e Blu-Ray, e funcionalidades como a Internet e o streaming de vídeo eram coisas de filme de ficção científica. Nesse contexto, o video-cassete e suas fitas VHS eram quase itens de primeira necessidade, onde assistíamos às novidades do cinema, muitas vezes mais de ano após o lançamento nas telonas, e era através do video-cassete que conseguíamos curtir os filmes com a melhor qualidade, à exceção de equipamentos high-end como Laserdiscs, algo para poucos bolsos.

 

Eis então que em 1987 uma empresa chamada Worlds of Wonder, famosa pelo urso contador de histórias Teddy Ruxpin, resolveu unir o mundo dos videogames ao mundo dos video-cassetes. Nessa época, jogos como Dragon’s Lair impressionavam nos arcades, com gráficos incríveis que eram verdadeiros desenhos animados, utilizando a tecnologia de Laserdisc. Então a sacada da WoW foi lançar um aparelho que rodasse jogos através de fitas VHS, que proporcionariam “gráficos” extremamente realistas em relação a qualquer outro console da época, e com um custo infinitamente menor que um Laserdisc. Assim nascia o Action Max, custando inicialmente 99 dólares.

Ficha técnica: • CPU: HD401010 de 8-bit; • Alto-falante interno; • Display de LCD vermelho com 2 caracteres e 7 segmentos.

 

 

Acompanhava o console uma pistola de luz – que era seu único “controle”, um sensor vermelho e um fone de ouvido. O video-cassete era primordial para jogar o Action Max, porém ele não era incluso no pacote. O funcionamento do console se dava da seguinte maneira: você ligava seu console na entrada de vídeo do aparelho de video-cassete, que deve ser alimentado com uma fita VHS contendo o jogo do Action Max, e ligado ao seu aparelho de TV – que tem que ser de tubo: nada de LCD’s ou outras TV’s modernas aqui. No canto da televisão fica posicionado o sensor, fixado nesse ponto através de uma ventosa existente nele (confira o vídeo ao final da matéria, onde jogamos esse exótico console).

 

Todos os jogos do Action Max possuem funcionamento semelhante: todos são de tiro e o jogador deve atirar nos inimigos, que variam entre fantasmas, bandidos, aviões, dentre outros. O momento e o local para atirar é definido através da aparição de uma mira brilhante na tela. Basta acertar a mira para fazer os pontos no jogo. Aliás, pontos é a única coisa que se pode fazer, pois como se trata de uma fita VHS, não há nenhum outro tipo de interação. O jogo é literalmente um pequeno filme, com roteiro todo definido e nada que o jogador fizer poderá alterá-lo.

 

A cada tiro acertado, um ponto será marcado no console, demonstrado através do display de pontuação localizado nele e também verbalizado através do alto-falante existente no Action Max, que avisa com um “Target Hit” toda vez que o jogador acertar o alvo. Além de ganhar pontos, é possível também perder pontos, no caso de acertar por exemplo um refém ou ainda se não acertar um determinado inimigo que revida o tiro.

 

Essa interação extremamente limitada foi sem dúvida o calcanhar de aquiles do Action Max. À medida que se joga é inevitável que o jogador fique entediado. Além disso, o fator replay dos jogos é praticamente zero, pois a localização dos inimigos, a história e tudo o mais que compõem o game serão sempre iguais. A única graça possível era buscar aumentar a sua pontuação, porém em 1987, os jogos de sucesso em sua grande maioria já possuíam histórias cheias de nuances e muita aventura. Jogos em que se busca o maior placar já estavam ultrapassados e não chamavam mais a atenção do público.

 

Ah, lembram que dissemos no começo da matéria que o Action Max teria “gráficos” extremamente realistas? De fato eram realistas, afinal eram pessoas filmadas ali, mas gráficos era algo que o Action Max jamais teria. E os filmes ainda possuíam coisas bizarras, como no jogo de tiro policial .38 Ambush Alley, onde ao invés de atirar em bandidos feitos por atores, você deveria atirar em bonecos/manequins bizarros, que seguravam armas feitas de madeiras ou isopor. Voltamos atrás no tocante ao realismo (risos). Diante de todos esses “poréns”, o Action Max passou rapidamente de uma curiosidade para um fracasso. Já no ano seguinte a Worlds of Wonder entrou em processo de falência. Apenas 5 jogos foram lançados para o sistema.

 

Um fator interessante é que hoje não é mais necessário um video-cassete para jogar o Action Max. Caso você tenha um aparelho de DVD ou um computador com entrada RCA de vídeo, você pode ligar o Action Max nesses aparelhos e jogar com uma gravação em DVD dos jogos ou até mesmo de um vídeo no YouTube, no caso de utilizar o microcomputador, desde que tudo isso esteja ligado a uma TV de tubo, primordial para utilizar a pistola de luz do console.

 

Não existem números que indiquem quantas unidades do console foram vendidas, mas a julgar pelo pouco tempo de disponibilidade no mercado e da pequena biblioteca, é de se imaginar que as vendas foram baixíssimas. Assim como em seu lançamento, o Action Max entrou para a história por ser o primeiro console ocidental a utilizar esse tipo de tecnologia, despertando sempre a curiosidade das pessoas em razão do seu estilo quase único. Confira abaixo o vídeo em que mostramos o Action Max em ação.

 

  • Ano Lançamento: 1987
  • Data / Regiões de Lançamento:
  • 01/09/1987 - Estados Unidos
  • Fabricante: Worlds of Wonder

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