O melhor e o pior da Brasil Game Show 2023

Por Mozart Geraldo

Foram 5 dias que passaram voando e mais uma Brasil Game Show já ficou para trás. Assim como os videogames, a maior feira de games da América Latina é também cheia de surpresas e também possui seus prós e contras, e por isso resolvi listar 5 coisas legais e 5 nem tão legais assim da edição de 2023 da BGS, deixando claro que se trata apenas da minha opinião e a definição do que pode ou não ser legal é algo subjetivo, dito isto, vamos para a lista!

Confira jogos em mídia física na Loja Player Dois

Foi legal: Nintendo e Sega presentes na feira

Quase toda criança que cresceu nos anos 90 teve contato com uma das duas marcas, no meu caso, o Master System com o Sonic na memória foi o meu primeiro jogo “pós Atari” e dali em diante eu nunca mais me afastei dos videogames. Praticamente 30 anos no futuro e eu garanto que ninguém imaginaria que um dia ainda tivéssemos essas duas gigantes dividindo (e disputando) espaço em um evento de grandes proporções como a Brasil Game Show!

Ambos os estandes eram enormes e contavam com diversos jogos para os visitantes testarem, inclusive com lançamentos como Super Mario Wonder e Sonic Superstars!

sega

Não foi legal: PlayStation e Xbox ficaram de fora

Se para os nascidos antes de 1990 a BGS 2023 foi “mágica” com Nintendo e Sega, para a galera mais nova talvez nem tanto, já que tanto a PlayStation quanto a Xbox resolveram ficar de fora dessa edição da feira. Uma pena para os fãs de Spider-Man, Master Chief e cia, por outro lado, apesar de sentidas suas faltas, vimos que a BGS é muito maior que apenas duas marcas e atrações e games não faltaram, muito pelo contrário!

Foi legal: Avenida Indie

Por falar em games e atrações, a Avenida Indie é com certeza o ponto mais querido dos gamers em toda a feira! Poder jogar games dos mais variados estilos ao lado das pessoas que os criaram é algo único, aproxima o jogador do desenvolvedor de uma forma que seria praticamente impossível em projetos maiores de jogos AAA (de grande orçamento).

O que dá um tempero ainda mais especial é ver que quase tudo ali na Avenida é feito por brasileiros e não deve nada nos quesitos diversão e criatividade para os jogos de outras partes do mundo.

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Não foi legal: Muito estreita

Apesar da Avenida Indie já ter se tornado praticamente um “patrimônio da BGS” confesso que mais um ano tivemos uma “avenida com cara de viela” pois o corredor dedicado para nossos amigos indies, apesar de longo, era muito estreito, o que se mostrou um empecilho durante a feira.

No primeiro dia, voltado à imprensa (pagantes premium e VIPs), até era possível circular pela avenida sem maiores dificuldades, dava pra parar em frente aos estandes e jogar batendo um papo com os desenvolvedores, mas nos dias seguintes mal pude transitar ao longo da via e muito menos ver ou interagir com os jogos e desenvolvedores, a sensação era de estar dentro de um vagão do metrô em horário de pico!

O pior disso, além é claro do desconforto, é que havia um grande espaço “vazio” nas laterais da avenida que poderia muito bem dar um fôlego extra e permitir que os visitantes conseguissem ver e interagir melhor com tudo que nossos queridos e esforçados desenvolvedores independentes tinham a apresentar… quem sabe ano que vem.

Foi legal: Meet & Greet

Impossível não se empolgar com a chance de estar cara a cara com algumas das maiores lendas da história dos videogames (mesmo que só por alguns minutinhos)!

Mais um ano e mais um Meet and Greet  em que a BGS buscou agradar a todas as tribos: do criador de Tetris, Alexey Pajitnov, o “pai” da Atari, Nolan Bushnell, aos dubladores de GTA V, Ned Luke e Shawn Fonteno e até mesmo alguns influencers e jogadores de e-sports, é muito difícil não haver ao menos uma personalidade que os visitantes não queiram encontrar na lista de convidados.

No meu caso, Jun Senoue e Shota Nakama foram as razões de eu ter esperado em longas filas, e valeu muito a pena!

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Não foi legal: Caneta (não tão) permanente

Algumas pessoas não ficaram felizes com os cancelamentos de última hora de Charles Martinet e Samantha Kelly, as vozes de Mario e Peach, respectivamente, mas esse tipo de imprevisto acontece.

O que eu particularmente não curti e (infelizmente) muitos outros também não foi a qualidade das canetas “permanentes” usadas pelos convidados para autografar os mais diversos itens que passaram por suas mãos ao longo das sessões de meet and greet: eu mesmo tive a assinatura de Jun Senoue borrada e vi alguns Ataris 2600 que passaram pela mesma situação.

Para a minha sorte, consegui uma nova assinatura, mas para aqueles que só podiam ir apenas um dia eu deixo aqui meus sentimentos se o seu jogo autografado se transformou num borrão ilegível.

Foi legal: Samsung, LG e outras marcas tech

 A ausência da PlayStation e Xbox ecoou em outras marcas que se apresentaram durante a feira e, para bem ou para mal, trouxeram mais destaque a muitas delas, como os espaços da Samsung, LG, Logitech e tantos outros que são muito bem-vindos nesse tipo de evento pois servem pra mostrar como aqueles nosso jogos que tanto amamos podem ficar ainda mais incríveis se usados em conjunto com algumas das melhores telas e acessórios do mercado.

Pode parecer algo banal à primeira vista, mas quem já passou pela dificuldade de escolher uma boa TV para videogames encontrou ali a chance de as mais variadas telas em ação e muito melhor calibradas do que normalmente vemos em shoppings e lojas de eletrônicos. 

Não foi legal: Estande promovendo site de apostas "bet"

Não quero me envolver em polêmicas aqui, mas mesmo em 2023 os videogames ainda carregam um forte estigma (e preconceito) por parte da população que não consegue ver os jogos (de videogame) como cultura.

A simples presença de um estande (enorme, diga-se de passagem) na maior feira de games da América Latina é capaz por si só de prejudicar a imagem dos jogos eletrônicos perante o grande público.

Em países como o Japão onde máquinas de pachinko e caça-níqueis temáticos de personagens de videogames talvez até fosse algo “normal” mas no contexto nacional, um espaço dedicado à promoção de jogos de azar sem qualquer ligação com os videogames e seus personagens é (mais uma vez, na minha opinião) algo que não agrega em nada para a cultura dos games, nem para a feira.

Foi legal: App da BGS e transporte gratuito

Em todos esses anos nessa indústria vital eu nunca havia usado o aplicativo da BGS e digo agora que com certeza eu teria aproveitado muito mais das edições anteriores se o tivesse feito!

O app é leve e super simples de usar, conta com diversas facilidades como o mapa do evento, lista de expositores e desenvolvedores indie e também possui uma agenda com toda a programação, na qual você pode marcar lembretes e ativar notificações para não esquecer e aproveitar tudo o que a BGS tem a oferecer. Daqui pra frente, não consigo mais pensar em visitar a feira sem a ajuda desse app.

O transporte “Shuttle BGS” também merece um elogio aqui, já que facilitou muito o acesso ao centro de exposições, em especial para o público que era de fora de SP e não é familiarizado com a cidade. Tanto a ida quanto a volta mais uma vez foram bastante confortáveis e contavam com uma quantidade considerável de ônibus para o trajeto.

Não foi legal: Sinalização e qualidade da internet

Em contraponto da facilidade de navegação do aplicativo, foram inúmeras as vezes em que fiquei “perdido” dentro da feira e quase sempre não havia ninguém nos quiosques de informações espalhados pelo evento.

Por sorte o app possuía um mapa que ajudava na localização, mas quase sempre eu me guiava usando os estandes como pontos de referência em vez das avenidas que deveriam servir de fato como guias. 

A dificuldade de me situar pode até ser um problema mais meu do que da feira, mas o que sem dúvida nenhuma era um problema da BGS é a qualidade do sinal de internet: não importa qual seja sua operadora ou marca de celular, não eram raras as cenas de visitantes erguendo seus smartphones aos céus como se estivessem num show de rock, mas em vez de estarem tentando filmar seu ídolo no palco, só estavam tentando (muitas vezes sem sucesso) um “risquinho” que seja no sinal de internet.

Desde “feeds desatualizados” até famílias que se perdiam e ficavam incomunicáveis, ou mesmo brindes que dependiam de cadastros em sites como o mynintendo.com, usar a internet dentro da BGS era um desafio nível very hard!

A BGS 2023 valeu a conferida?

Nessa balança de prós e contras eu diria que o saldo é muito mais positivo que negativo, mas é sempre bom pensar no futuro e no que pode ser melhorado, assim como os games que recebem patches e correções, a BGS 2024 pode ser uma versão melhorada e ainda trazer surpresas para todos no ano que vem, vamos aguardar ansiosos.

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